9 de set. de 2010
Até que a morte os separe.
Aos quatorze anos você conhece o amor da sua vida. Aos quinze vocês começam a namorar. Aos dezesseis vocês noivam. Aos dezessete vocês casam. Vocês compram uma casa, tem filhos e toda aquela coisa. Pra que? Quem te garante que aquele realmente era o amor da sua vida? Você não viveu, não viajou, não conheceu lugares nem pessoas que teria conhecido, se você não tivesse casado aos dezessete anos. Você não pode chegar bêbada em casa, depois de ter dormido com o seu melhor amigo gay, porque você estava casada cedo demais. Precoce demais. Você não estudou, nem se formou no que queria. Você teve que obedecer seu marido, por isso não conseguiu o trabalho dos seus sonhos. Você começou a viver sua vida “perfeitinha”, ao lado do marido. Nos finais de semana você visitava os seus pais, e nos dias de semana limpava a casa. Você deixou de se descobrir, de viver coisas que não se pode viver quando se tem alguém ao lado para analisar tudo. Você não pode sentir coisas diferentes e inexplicáveis, porque você, fez o que todos queriam que você fizesse, queriam que você casasse, menos a sua mãe. Quando você estava no altar, o padre disse: “Até que a morte os separe.” Mas só agora, depois de você ter deixado de fazer tudo isso, foi que você percebeu que a morte não os separaria, mas sim o destino. Quando se é jovem, tomam-se as decisões que vão te acompanhar para o resto da vida, ou uma parte dela. Porque você não seguiu o conselho da sua mãe?
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